quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

TEXTOS DE CATÁLOGOS DE EXPOSIÇÃO

Cada traço pode ser olhado de múltiplas formas.
Assim, cada quadro é o despertar para uma realidade de descobertas para além do consciente. A luz, a forma e a cor transportam-nos para um número (in)finito de construções que apenas cada um pode percepcionar. Em cada ponto visionamos um equilíbrio expresso nos modelos. Aqui não temos que olhar o que nos é comum mas o que nos conduz a uma visão mais lata de tudo quanto nos rodeia. Cada pintura é mais do que aquilo que conseguimos fotografar. É aquilo que nós queremos em cada momento. É o que se pode ver naquilo que cada tela apresenta.
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Vinte Anos de Pintura

Escrever sobre os meus vinte anos de exposições é quase como abordar metade da minha vida. Durante muitos anos, sonhei com tal momento. Finalmente aqui estou com mais uma exposição. Sei que é apenas uma pequena mostra do meu trabalho. Não sendo uma retrospectiva, sinto que é um marco importante. O ano de 2008 foi muito especial, o de uma viragem no que respeita aos lugares e sítios onde me foi possível mostrar o meu trabalho. Com a internacionalização da minha pintura, já vista nos quatro cantos do mundo, só poderia voltar a fazê-lo no mesmo lugar que há quinze anos me levou, pela primeira vez, ao estrangeiro, na Pousada Rainha Santa Isabel, em Estremoz.Hoje, sinto que a pintura não é um complemento na minha vida, mas parte integrante dela. Os momentos bons e outros são passados a equacionar e executar cada trabalho. O melhor momento é quando se a conhecer uma obra e se recebe a critica de mãos abertas, como se estivesse a receber escola. Se digo muitas vezes que estou “sempre a aprender” não posso deixar passar mais este momento sem deixar uma palavra de agradecimento a todos os que me têm apoiado nesta caminhada, porque este percurso é que me tem lavado a evoluir na pintura. Não sendo fácil ser artista em Portugal, procuro conviver com esse facto sem angústias porque acredito que, um dia, todos ficaremos mais “ricos” se apostarmos na Cultura e nas pessoas, que são muitas, pensando que o caminho é sermos fonte de saber. Saber que não deve ser exclusivamente nosso, mas transmitido.Um agradecimento especial ao Paulo Garcia em nome das Pousadas de Portugal; à Câmara Municipal de Estremoz, na pessoa do presidente e vereador da cultura; ao Orfeão Tomaz Alcaide, através da sua direcção, maestro e todos os elementos que o compõem; e, ao maestro José Raimundo e João Bandovas .
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O DESCREVER IN CONSCIENTE

Cada traço pode ser olhado de múltiplas formas.Assim, cada quadro é o despertar para uma realidade de descobertas para além do consciente.A luz, a forma e a cor transportam-nos para um número (in)finito de construções que apenas cada um pode percepcionar.Em cada ponto visionamos um equilíbrio expresso nos modelos.Aqui não temos que olhar o que nos é comum mas o que nos conduz a uma visão mais lata de tudo quanto nos rodeia.Cada pintura é mais do que aquilo que conseguimos fotografar. É aquilo que nós queremos em cada momento.É o que se pode ver naquilo que cada tela apresenta.

Carlos Godinho Fev 2009
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Carlos Godinho é um dos artistas plásticos estremocenses mais activos na actualidade. É relevante a sua incessante pesquisa de novos locais em solo nacional ou internacional, para apresentar ao público os seus trabalhos. Consegue assim ter várias mostras a decorrer ao mesmo tempo e grande períodos de tempo! Com os seus quadros e como este meu amigo diz - “Atrás de mim levo o nome de Estremoz” – facto indesmentível e que vinca o apego que tem à terra que o viu nascer e onde trabalha.
Numa primeira observação, verifica-se de imediato que a obra de Carlos Godinho se insere num evidente aproximar dos trabalhos em tela de Salvador Dali. Este aproximar reflecte-se não só na forma de apresentação temática, mas também na explanação sobre a tela das figuras e objectos, pintados segundo características “dalilianas”. Situação particularmente interessante para os conhecedores.
Sou daqueles que considero positiva a atitude de “discípulo” que alguns artistas plásticos têm, relativamente a autores marcantes na história de arte mundial, desde que assumida. Carlos Godinho não o esconde, até o demonstra e vinca sempre que pode. Ser discípulo significa seguir conscientemente não só a Escola preconizada pelo Mestre, mas também marcar a nossa individualidade enquanto artista. Carlos Godinho representa bem o que afirmo.
As telas em exposição são obras que nos mostram o momento artístico vivido pelo autor. A grande maioria são recentes e demonstram o apuro a que chegou a pintura do autor. Particularmente felizes são as pinturas que vão buscar inspiração na obra do poeta António Simões – “Minha Mãe amassa o pão”, numa demonstração de grande afectividade de Carlos Godinho para com o poeta.
Que esta seja uma de várias colaborações entre a Câmara, através do seu Museu, e Carlos Godinho.

Hugo Guerreiro 
(Director do Museu Municipal de Estremoz Prof. Joaquim Vermelho)
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"VISÕES... deCOR"
Olhar... contemplar uma tela branca... visionar o espaço e dar-lhe cor é o trabalho que apresento nos Açores, mais concretamente, na Cidade da Horta.
Cada quadro, é o retirar de um número infinito de imagens o que de mais puro elas possam trazer. O aproveitar das formas, o escolher das cores e o aceder ao conteúdo é o que faz crescer as minhas "VISÕES...". De outra forma, é o puro diálogo entre o real e o imaginário. Resumindo é a leitura "...deCOR" do consciente assustado, visionário e contemplativo. Desta forma crio um conteúdo traçado à medida de cada tela.
Os trabalhos que mostro, nas Antigas Instalações do Banco de Portugal, na Horta são um percurso simples, entre o passado recente e o presente. 
Fico grato por ter esta oportunidade de mostrar parte do meu trabalho na Ilha dos Viajantes, com a cidade virada para o ponto mais alto de Portugal.
Finalmente gostava de agradecer ao Município da Horta, na pessoa do Presidente João Azevedo e Castro e do Vereador da Cultura Rui Gouveia dos Santos, por me terem proporcionado este momento, sabendo que é a minha primeira exposição nos Açores.

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SILÊNCIO DAS CORES

SILÊNCIO DAS CORES O silêncio feito no tempo  Em cada cor o seu tom  Em cada quadro o talento  É um silêncio sem som  Alegre...